domingo, 5 de outubro de 2008

Entrevista


Aqui seguem duas passagens importantes de uma entrevista concedida por Caetano Veloso...Vocês podem conferir outras informações no site: www.tropicalia.uol.com.br/site/internas/movimento

" Ana: Então qual teria sido a nascente da Tropicália?

Caetano: Eu diria que é mais o resultado da aproximação das personalidades de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Sem ele eu não faria nem música, quanto mais essa coisa toda dentro da música. Ainda assim, uma vez que eu já estava dentro da música, sobretudo por causa de Gil, só desencadeei esse movimento tão responsável pela questão da música popular no Brasil porque o próprio Gil estava muito excitado pra que algo nesse sentido acontecesse. Dizer que a Tropicália é exclusivamente da minha cabeça peca contra essa verdade."

"Ana: Em poucas palavras, como você definiria a Tropicália?
Caetano: A Tropicália foi simplesmente um esforço no sentido de defender o que era essencial na Bossa Nova."

TROPICALISMO


Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira, até então dominada pela estética da bossa nova.
Liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o tropicalismo usa as idéias do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade para aproveitar elementos estrangeiros que entram no país e, por meio de sua fusão com a cultura brasileira, criar um novo produto artístico. Também se baseia na contracultura, usando valores diferentes dos aceitos pela cultura dominante, incluindo referências consideradas cafonas, ultrapassadas ou subdesenvolvidas. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas.
O movimento é lançado com a apresentação das músicas Alegria, alegria, de Caetano, e Domingo no parque, de Gil, no Festival de MPB da TV Record em 1967. Acompanhadas por guitarras elétricas, as canções causam polêmica em uma classe média universitária nacionalista, contrária às influências estrangeiras nas artes brasileiras.
O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.



sábado, 4 de outubro de 2008

Uma questão que não está nos livros...

(UFSM-RS) Guimarães Rosa costumava dizer que “decifrar mistérios é ótimo. Diverte e exercita o cérebro”. É assim que ele desafia o leitor, ao propor para um conto de Primeiras histórias a seguinte ilustração:


Os cinco elementos trazem sugestões simbólicas que se associam por adição. Afirma-se que o mistério proposto pelo escritor mineiro pode ser decifrado por: a) “Partida do audaz navegante”, pois tem como tema um homem que, numa canoa, chega a determinada cidade e seqüestra duas crianças.
b) “A terceira margem do rio”, pois , o infinito, simboliza a terceira margem, o rio adentro, a busca do ponto mais elevado do desenvolvimento mental.
c) “Famigerado”, pois Damásio, dos Siqueiras, ao morrer no fim do conto, atinge o ponto mais elevado do desenvolvimento mental.
d) “O espelho”, pois o elemento infinito remete à batalha dos índios protagonistas do conto, em sua infinita busca de perfeição.
e) “Seqüência”, pois o conto retrata a eterna busca de um homem, a fim de resgatar uma vaquinha fujona, que remete ao símbolo do infinito, já que a procura não termina nunca.
Resposta: b

Sagarana

"Escrever é sempre esconder algo de modo que mais tarde seja descoberto."( Italo Calvino )
"O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho." Machado de Assis
Escrita em 1937, a obra Sagarana foi submetida a um concurso literário (Prêmio Graça Aranha, da Editora José Olympio) em que ficou em segundo lugar. A obra trazia quinhentas páginas. Com o tempo, foi reduzida para cerca de trezentas e publicada em 1946.O título é um hibridismo (união de dois radicais de línguas distintas): saga, de origem germânica, significa "canto heróico" e rana, de origem indígena, quer dizer "à maneira de" ou "espécie de".As estórias desembocam sempre numa alegoria, e o desenrolar dos fatos prende-se a um sentido ou "moral", à maneira das fábulas. As epígrafes, que encabeçam cada conto, condensam sugestivamente a narrativa e são tomadas da tradição mineira, dos provérbios e cantigas do sertão.A obra começa com uma epígrafe, extraída de uma quadra de desafio, que sintetiza os elementos centrais da obra - Minas Gerais, sertão, bois, vaqueiros e jagunços, o bem e o mal:"Lá em cima daquela serra, passa boi, passa boiada, passa gente ruim e boa, passa a minha namorada".

Sagarana compõe-se de nove contos:











Voltada para as forças virtuais da linguagem, a escritura de Guimarães Rosa procede abolindo intencionalmente as barreiras entre narrativa e lírica, revitalizando recursos da expressão poética: aliterações, onomatopéias, rimas internas, elipses, cortes e deslocamentos sintáticos, vocabulário com arcaísmos e neologismos, associações raras, metáforas, anáforas, metonímias, fusão de estilos.

Guimarães Rosa tinha plena consciência das dificuldades que seus textos apresentam para o leitor: "Como escritor, não posso seguir a receita de Hollywood, segundo a qual é preciso sempre orientar-se pelo limite mais baixo do entendimento. Portanto, torno a repetir: não do ponto de vista filológico e sim do metafísico, no sertão fala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terreno da eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o eu que ainda não encontrou um tu; por ali os anjos e o diabo ainda manuseiam a língua".

sábado, 30 de agosto de 2008

Na teoria...


O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileiras na primeira metade do século XX.
A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a independência cultural do país fazem do
modernismo sinônimo de "estilo novo", diretamente associado à produção realizada sob a influência de 1922. Heitor Villa- Lobos (1887 - 1958) na música; Mário de Andrade (1893 - 1945) e Oswald de Andrade (1890 - 1954), na literatura; Victor Brecheret (1894 - 1955), na escultura; Anita Malfatti (1889 - 1964) e Di Cavalcanti (1897 - 1976), na pintura, são alguns dos participantes da Semana, realçando sua abrangência e heterogeneidade. Os estudiosos tendem a considerar o período de 1922 a 1930, como a fase em que se evidencia um compromisso primeiro dos artistas com a renovação estética, beneficiada pelo contato estreito com as vanguardas européias (cubismo, futurismo, surrealismo etc.).

A Semana de Arte Moderna de 22 é o ápice deste processo que visava atualização das artes, e a sua identidade nacional. Pensada por Di Cavalcanti como um evento que causasse impacto e escândalo. Esta Semana proporcionaria as bases teóricas que contribuirão muito para o desenvolvimento artístico e intelectual da Primeira Geração Modernista e o seu encaminhamento, nos anos 30 e 40, na fase da Modernidade Brasileira.

Modernismo


Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

- Eu, hein?... nem morta!

Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Para concluir A Cidade e as Serras


"As quatro condições elementares para a felicidade são: vida ao ar livre, amor de mulher, ausência de qualquer ambição e a criação de um novo e belo ideal." Edgar Allan Poe

domingo, 15 de junho de 2008

A Cidade e as Serras

O romance A Cidade e as Serras, publicado em1901, é desenvolvimento do conto “Civilização”, deEça de Queirós. Uma personagem, José (“Zé”) Fernandes, relata a história do protagonista Jacinto de Tormes. Na composição são destacados os episódios diretamente relacionados com a personagem principal, ficando os fatos da história de Zé Fernandes apenas como elos de ligação da história vivida por Jacinto. Desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
Na primeira parte da narrativa, Zé Fernandes justifica sua aproximação de Jacinto (o “Príncipe da Grã-Ventura”), ligando-se a ele por amizade fraternal em Paris.Jacinto nascera e sempre morara em um palácio, nos Campos Esílios, número 202.A mudança de sua família de Tormes, Portugal, para Paris deveu-se a seu avô Jacinto Galião. Seu neto, ao contrário do pai, que morrera tuberculoso, foi sempre fisicamente forte e, além de rico, era inteligente, voltando toda sua atividade para o conhecimento. Mas detestava o campo e amontoara em seu palácio, em livros, toda a conquista das filosofias e ciências, além dos aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época. E, para Jacinto, “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”.
Zé Fernandes era decididamente contrário a essa orientação tecnicista e mecanizada e vai registrando como Jacinto rompe totalmente com seu passado campesino, deteriorando-se na cidade. A regeneração só ocorrerá com uma atitude assumida por Jacinto, já na segunda parte da narrativa – nas serras.
Um dia Jacinto, enfastiado da vida urbana, participa a Zé Fernandes sua partida para Portugal, a pretexto de reconstruir sua casa em Tormes, deslocando para lá os confortos do palácio. Entretanto, o criado Grilo perde-se com as bagagens, que, por engano, foram remetidas para Alba de Tormes, Espanha. Assim o supercivilizado Jacinto chega a Tormes apenas com a roupa do corpo.
Em contacto estreito com a natureza, Jacinto renova-se, primeiro liricamente, numa atitude de encantamento, integrando-se depois na vida produtiva do campo, quando aplica seus conhecimentos técnicos científicos à situação concreta de Tormes.
Sem romper totalmente com os valores da “civilização”, Jacinto adapta o que pode ao campo. Modernizam-se dessa forma as serras, algumas reformas sociais são introduzidas e a produtividade aumenta. Ao príncipe da Grã-Ventura, só faltava um lar, o que ocorre em seguida, por meio de seu casamento com a prima de Zé Fernandes, Joaninha. Assim completamente feliz, no quotidiano das serras, Jacinto não mais volta a Paris, e esquece as companhias parisienses, como do grã-duque Casimiro, a condessa de Tréves, o conde de Tréves, o banqueiro judeu Efraim, madame Oriol e outros.



Memórias de um Sargento de Milícias

Livro escrito por Manuel Antônio de Almeida em 1852. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para época, onde os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre, contribuiu para que Manuel Antônio de Almeida desenvolvesse a sua obra.
O romance tem início no começo do século XIX. Em uma viagem de navio, Leonardo Pataca conhece Maria das Hortaliças. Em meio à "piscadelas" e "beliscões", os dois se apaixonam e, chegando ao Brasil, se casam. Desse relacionamento nasce um filho: Leonardo. Porém, anos depois, Leonardo descobre que Maria o estava traindo. Eles brigam e Maria foge de casa com o capitão de um navio. Com a separação, Leonardo sai de casa e leva seu filho para ser criado pelo padrinho. O padrinho de Leonardo era um barbeiro, que queria que Leonardo fosse padre, mas o menino não tinha a menor vocação, ao contrário, ele era muito travesso.
O tempo se passa, e Leonardo se torna um típico malandro carioca: não possuía emprego, ficava vadiando. Porém, a sua vida muda quando conhece Luizinha, sobrinha de D. Maria, uma amiga do padrinho. Ele se apaixona por Luizinha, porém tem um rival, José Manuel, que está interessado na herança da moça. Com a ajuda de sua madrinha, uma parteira, eles afastam o José Manuel de Luizinha. Porém, o padrinho de Leonardo morre, e ele tem que voltar a viver com o pai. Acaba não se dando bem com sua nova madrasta e, após uma discussão, acaba fugindo de casa.
Leonardo vai viver com um amigo, em uma casa bastante agitada e com muita gente. Acaba se apaixonando por Vidinha, e o amor é recíproco. Porém esse namoro não agrada aos dois primos de Vidinha, que têm intenções de se casar com ela. Para tirar Leonardo do caminho, eles vão até Vidigal, o chefe de polícia, e acusam Leonardo de vadiagem. Vidigal prende Leonardo quando ele, Vidinha, e seus dois primos saem para curtir a noite. Mas no caminho até a delegacia, ele consegue fugir.
Mais tarde, Leonardo arruma um emprego na Ucharia Real, pois assim, Vidigal não poderia prendê-lo. Porém ele se envolve com a mulher do "toma-largura" e, com isso, ele é demitido e preso. Enquanto isso, José Manuel e Luizinha se casam, porém, ele a trata muito mal. Vidinha, com ciúmes de Leonardo, vai tomar satisfações com a mulher do "toma-largura". Mas, o que acaba acontecendo, é que o "toma-largura" se interessa por Vidinha.
Enquanto isso, por saber muito sobre a vida marginal, Leonardo vira policial. Porém, Leonardo, pelo seu gosto por travessuras e muitas vezes pelo seu bom coração, acaba protegendo e ajudando os bandidos. Vidigal o pune com chibatadas e o prende. A comadre em desespero, tenta de todas as formas conseguir a libertação de Leonardo, mas tudo em vão, até ela conhecer Maria-Regalada, velho amor de Vidigal. Juntas não só conseguem a libertação de Leonardo, como sua promoção a sargento. E isso tudo vem em boa hora, já que com a morte de José Manuel, Luizinha agora viúva, se casa com Leonardo. E tudo termina com um final feliz.


domingo, 18 de maio de 2008

Para Refletir!

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe"
(Oscar Wilde)

Simbolismo

Tem-se a valorização do ritmo, das sensações, das sugestões, do indefinível. Enquanto o Parnasianismo compara o poema a um ourives, o Simbolismo o aproxima de um músico, que, em vez de sons, trabalhasse com palavras que tem o poder de evocar sentimentos e emoções, não o sentimentalismo choroso e superficial dos romanticos mas os profundos anseios e angústias que atormentam o espírito sensível do poeta.

ASPECTOS CENTRAIS:
- A sugestão predomina sobre a descrição;
- Misticismo;
- Inovação no Emprego de Maiúsculas;
- Musicalidade;
- Hermetismo (poesia complexa)
- Símbolos cósmicos e religiosos;
- Fusão de sensações;
- Atração pela morte e por elementos decadentes da condição humana.

Principais Autores: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos.
Augusto dos Anjos, considerado como um caso à parte da literatura brasileira, não se encaixando em praticamente nenhuma escola literária, pois mistura características simbolistas, parnasianas, naturalistas, realistas e antecipações modernistas. Vejamos:

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)

Caro bloggeiro, que impressões esse soneto causou em você?

Parnasianismo

Valorizando o cuidado formal e a expressão mais contida dos sentimentos, teve origem no Brasil, no final do século XIX, o PARNASIANISMO

ASPECTOS CENTRAIS:
- Objetividade, impessoalidade;
- Apego à tradição clássica;
- Arte pela Arte;
- Busca da perfeição Formal;
- Aproximação entre a arte literária e as artes plásticas;
- Vocabulário culto.

No Brasil muitos poemas parnasianos expressam um certo sentimentalismo .

OLAVO BILAC: foi o maior nome do Parnasianismo brasileiro, veja abaixo um poema de sua autoria:

Remorso

Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.


Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!


Sinto o que esperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.


Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
(Olavo Bilac)


"Não faça de sua vida um simples rascunho, pode não dar tempo de passar tudo a limpo!"

sábado, 10 de maio de 2008

Desafio II

Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
- Há tempo de nascer e tempo de morrer;
- tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
- tempo de matar e tempo de curar;
- tempo de derribar e tempo de edificar;
- tempo de chorar e tempo de rir;
- tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
- tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
- tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
- tempo de buscar e tempo de perder;
- tempo de guardar e tempo de deitar fora;
- tempo de rasgar e tempo de coser;
- tempo de estar calado e tempo de falar;
- tempo de amar e tempo de aborrecer;
- tempo de guerra e tempo de paz.
Este texto foi extraído da Bíblia Sagrada Livro de Eclesiastes 3:1-8

Diante de todos os acontecimentosda nova vida as nossas perguntas aos leitores deste blog são:
O que é o tempo?
Existe alguma coisa para a qual não existe tempo determinado?

Você pode responder uma das duas...ou simplesmente não ter resposta pra nenhuma delas.

Uma nova estrela no céu.

Aqui prestamos uma homenagem a uma amiga muito querida:
Sobre a morte e o morrer
"Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade." Rubem Alves

Babi,o que nós desejamos que o tempo traga muitas de suas gargalhadas...que sua força esteja maior e seu brilho mais intenso com a ajuda do seu mais novo anjo!

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata."
(Carlos Drummond de Andrade)

O cortiço da vida real


Naturalismo

Século XIX. Nessa época surgiram novas concepções a respeito do homem e da vida em sociedade e os estudos da Biologia, Psicologia e Sociologia estavam em alta.
Os naturalistas começaram a analisar o comportamento humano e social, apontando saídas e soluções.
O naturalismo é uma ramificação do Realismo e uma das suas principais características é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva. Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização).Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja, o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas, hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.
PRINCIPAL AUTOR
Aluísio Azevedo
Uma das obras que retratam muito bem esse movimento é O Cortiço
"Posto que lá na Rua do Hospício os seus negócios não corressem mal, custava-lhe a sofrer a escandalosa fortuna do vendeiro “aquele tipo! um miserável, um sujo, que não pusera nunca um paletó, e que vivia de cama e mesa com uma negra!”
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar, e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.
E depois, fechado no quarto de dormir, indiferente e habituado às torpezas carnais da mulher, isento já dos primitivos sobressaltos que lhe faziam, a ele, ferver o sangue e perder a tramontana, era ainda a prosperidade do vizinho o que lhe obsedava o espírito, enegrecendo-lhe a alma com um feio ressentimento de despeito. "

domingo, 4 de maio de 2008

Bons Amigos

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
(Machado de Assis)





Essa é uma homenagem que fazemos a turma da nossa classe. Após vários anos de convívio diário, aprendemos a lidar com as diferenças e a respeitá-las. Tornamo-nos uma família, pois afinal de contas, passamos mais tempo juntos do que com nossos pais e familiares.
Apesar das dicussões, dos questionamentos, o que mais marcou e que continuará marcado em nossas mentes são os momentos bons, de companheirismo, e principalmente os de descontração, brincadeira.
A separação será difícil, mas ela se faz necessária para o nosso crescimento. Entretanto, ainda temos tempo, e devemos aproveitá-lo ao máximo possível. Sentiremos saudades!

sábado, 3 de maio de 2008

O Conde de Monte Cristo

Após ser traído por seu melhor amigo e encarcerado por 13 anos, um homem decide levar adiante seu processo de vingança, fugindo da prisão e retornando à aristocracia como um misterioso conde. Assombrado pelo curso que tomou sua vida, com o passar do tempo ele abandona tudo que sempre acreditou sobre o que é certo e errado, e se consume por pensamentos de vingança contra aqueles que o traíram. Com uma astúcia cruel, ele se envolve com a nobreza francesa e sistematicamente destrói os homens que o manipularam e o aprisionaram.
Esse é mais um lindo filme de história de amor e aventura. O que o torna tão semelhante as obras de Machado de Assis é o fato de abordar tanto o romantismo como o realismo.O romantismo é percebido pelo sofrimento da perda, da ausência da pessoa amada, enquanto que o realismo no desejo de vingança e na ambição.Outro fato é a questão da suposta traição. Tudo não passa de um jogo de interesses e farsas.
O filme não deixa de ser uma crítica a estrutura vigente naquela época, em que o ter era mais importante que o ser, infelizmente, presente ainda nos dias atuais.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, (Rio de Janeiro, 21 de julho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) escritor brasileiro, foi considerado como um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor negro de todos os tempos.
De sua vasta obra, que inclui ainda poesias,peças de teatro e crítica literária, destacam-se o romance e o conto . É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente.
É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, enquanto que seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos -- similar talvez à de Augusto dos Anjos.

DO ROMANTISMO AO REALISMO
A obra de Machado de Assis pode ser dividida em dois momentos bem distintos: as obras da juventude, com forte influência do Romantismo e seu progressivo amadurecimento, até chegar ao Realismo de suas obras da maturidade. Entre estas, as mais destacadas e consideradas são Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Se os escritores românticos, José de Alencar à frente, conseguiram estabelecer o romance como um gênero literário de respeito no Brasil, foi Machado de Assis quem elevou a prosa brasileira ao nível das melhores escritas no mundo em sua época. Sua obra não almeja mais apenas divertir, moralizar ou afirmar valores nacionais, mas visa esmiuçar o espírito humano, refletindo sobre valores universais, sem jamais perder de vista a realidade brasileira.

Memórias Póstumas de Brás Cubas:
Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma narrativa em primeira pessoa, cujo narrador é o defunto-autor, ou seja, é um morto que narra a história com total liberdade. Essa condição do narrador permite-lhe analisar com ironia o comportamento humano e avaliar com auto-ironia suas próprias atitudes.
Livre e descompromissado com a sociedade, Brás Cubas revela e analisa não só os motivos secretos de seu próprio comportamento como também revela as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. Ao longo da narração mostra vários episódios: sua paixão juvenil por Marcela, que amou durante quinze meses e onze contos de réis; sua amizade com o filósofo maluco Quincas Borba; os planos frustrados de seu pai em querer encaminhá-lo para a política; seus amores clandestinos com Vigília, esposa de seu amigo Lobo Neves.
A ordem da narrativa não é linear, pois se desenvolve de acordo com os pensamentos de Brás Cubas. Suas reflexões apresentam-se carregadas de pessimismo e desencanto diante da vida, questionando os valores sociais e morais como máscaras para ocultar interesses egoístas. Irônico e provocador ele convoca o leitor a fazer seus próprios julgamentos sobre os fatos narrados.
Brás Cubas expõe cinicamente os valores e comportamentos de seus familiares, de seus amigos e das mulheres com as quais se relacionou, traçando um quadro social e psicológico em linguagem bem humorada, em que a vaidade e a hipocrisia das relações humanas são uma constante. Julga a si próprio como um perdedor, como alguém incapaz de grandes realizações, como emplasto que gostaria de ter descoberto para aliviar as dores da humanidade. O balanço final de Brás Cubas sobre a existência é de pessimismo, pois depois de uma vida que resulta em fatos negativos, em fracassos, ele afirma ter tido um pequeno saldo; que foi o de não possuir filhos e não ter transmitido a nenhuma criatura o legado da miséria.
Uma das mais populares obras do autor, o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado originalmente como um folhetim , em 1880, em capítulos, como na Revista Brasileira. Em 1881, saiu em livro causando espanto à crítica da época, que se perguntava se o livro tratava-se de fato de um romance: a obra era extremamente ousada do ponto de vista formal, surpreendendo o público até então acostumado à tradicional fórmula romântica.
Baseando-se nessa obra, três versões cinematográficas já foram realizadas.




"O homem veste a máscara para tirar a máscara."



Dom Casmurro:
Bento Santiago, um advogado de meia idade, vive sozinho numa boa casa, em bairro distante do centro do Rio de Janeiro onde é conhecido como Dom Casmurro. Para preencher a vida pacata de viúvo sem filhos, Dom Casmurro resolve contar suas lembranças, isto é, atar as duas pontas da vida, a adolescência e a maturidade. Adolescente, Bentinho descobre-se apaixonado pela menina da casa ao lado, a Capitu. Inteligente, com idéias atrevidas, Capitu convence Bentinho a não concordar com o projeto de sua mãe, Dona Glória, senhora viúva e rica, que queria fazê-lo padre. Bentinho tanto se encanta pela firmeza de Capitu quanto fica fascinado por seus cabelos, pelos olhos de ressaca e começa a conhecer as regras do amar.
A vida toma o rumo que desejam os apaixonados: depois do seminário, do curso de Direito em São Paulo, casam-se. A vida corre feliz até o dia em que brota o ciúme, de tudo e de todos. A história de amor transforma-se numa história de suspeita de traição. O ciúme faz de Bento Santiago um homem cruel e perverso. Mordido pela dúvida de que o pequeno Ezequiel não seja seu filho, mas de seu amigo Escobar, com que aparenta visível semelhança, impõe a separação à Capitu. Para todos os efeitos, o bacharel rico enviava o filho, acompanhado da mãe para estudar na Suíça. Nunca mais Bentinho encontrou Capitu, que morre na Europa. Só revê o filho uma vez, antes de o rapaz morrer de tifo, numa viagem científica a Jerusalém.
É um romance psicólogo, narrado em primeira pessoa por Bentinho, o que permite manter questões sem elucidação até o final, já que a história conta apenas com a perspectiva subjetiva de Bentinho.



"Por mais que tente, nunca terá a certeza do que de fato aconteceu."


Análise da propaganda

No anúncio publicitário abaixo um trecho de uma obra de Shakespeare é recuperado e a ele é introduzido características do período literário realismo.
Observa-se que o herói romântico Romeu é trocado por uma pessoa comum ao cotidiano : o "eu".A linguagem sofisticado do Romantismo é deixada de lado e entram em cena as palavras de uso popular, a linguagem direta e objetiva.
A crítica a temas sociais ficam por conta do contexto em que o leitor desse blog analisa essa propaganda.

Análise da propaganda

quarta-feira, 30 de abril de 2008

sábado, 12 de abril de 2008

Realismo

"Um realismo quase clínico" - google

MOMENTO HISTÓRICO:

- No mundo:
* Revolução Industrial - o avanço definitivo da tecnologia e os progressos científicos
* A Igreja Católica perdendo o poder;
* Surgimento desordenado das grandes metrópoles;
* Lutas proletárias;
* A influência das seguintes correntes de pensamento:
- Determinismo (Taine)
- Socialismo científico (Marxx Engels)
- Positivismo
- Evolucionismo (Darwin)
- Psicanálise (Freud)

- No Brasil:
* Decadência e isolamento da Moanrquia;
* Abolição da escravatura (1888);
* Proclamação da República (1889);
* A República da Espada (1889 - 1894)
* Início da República Oligárquica do Café.

ASPECTOS CENTRAIS:
* Reação contra os exageros sentimentais do Romantismo.
*Objetividade e impessoalidade.
*Racionalidade (preocupação com a verdade, a clareza, a correção gramatical e aos detalhes para dar verossimilhança, coerência ao texto).
*Observação, análise e pesquisa da realidade.
* Contemporaneidade: o autor realista tem o sentido do presente. Seus contemporâneos e sua época são o objeto de sua análise e interpretação.
* Críticas ao compostamento e aos valores burgueses.

O maior nome do Realismo foi Machado de Assis, as principais obras de sua fase realista foram:
- Memórias póstumas de Brás Cubas;
- Quincas Borba;
- Dom Camurro;
- Esaú e Jacó;
- Memorial de Aires;
- Papéis Avulsos/ Várias historias.

Dom Casmurro: Dom Casmurro é um livro romance que transcende o romance normal. Machado de Assis consegue levar o leitor a mundos fora da própria obra. Suas sutilezas de conversa com quem lê faz deste um participante. É como se o leitor fosse também o escritor. Aconselhamos a todos que leiam e se possível releiam a “Obra Dom Casmurro”. Um livro que dá prazer, que foge da época em que foi escrito para se situar no atual momento.

Veja o trailer do filme Dom - baseado na obra de Machado de Assis.


Hmmmm.. deu até vontade de assistir, não é mesmo?

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Desafio

VERBO SER




Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?

É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade

Esse poema foi escrito no século passado, no entanto a nossa identificação com ele nos aproxima do autor...Que é ser??
Desafiamos aqueles que passarem por aqui a deixarem uma resposta.

Carlos Drummond de Andrade

Foi um poeta brasileiro (1902 - 1987), também cronista, contista e tradutor. Entre suas obras de maior destaque, Alguma poesia, Sentimento do mundo e A rosa do povo.
Somos alunas do Ensino Médio, logo nossos estudos se limitaram , principalmente, à obra A Rosa do Povo, escrita entre 1943 e 1945.Alguns definem como o primeiro fruto maduro de sua obra e a maior expressão do lirismo social drummondiano e modernista.
Apresenta alguns temas principais:
Poesia Social (o povo)
Reflexão Existencial (eu e o mundo)
Metalingüística (poesia sobre a poesia)
O passado sempre relacionado com o presente
O Amor
O cotidiano
Celebração dos amigos.
Vamos resumir as nossas impressões dessa obra com frases do próprio autor.Não é possível que todos os pensamentos e conclusões sejam capturados pelo nosso blog, mas deixaremos aqui, um botão da rosa que colhemos neste livro.
“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”
“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.”
“Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.”
“Os homens são como as moedas; devemos tomá-los pelo seu valor, seja qual for o seu cunho.”

sábado, 22 de março de 2008

A Rosa do Povo


" Todo homem sozinho devia fazer uma canoa e remar para onde os telegramas estão chamado"!
(Carlos Drummond de Andrade) - Notícias

quinta-feira, 13 de março de 2008

Romantismo - "Um amor para Recordar"

“Um amor para recordar” é um dos filmes românticos mais bonitos que existe. É impossível assistir e não se emocionar com a história. Uma das frases mais marcantes do filme é: o amor é como o vento, não posso vê-lo, mas posso senti-lo.
Ele mostra que o amor é algo inexplicável, responsável pelo rompimento de barreiras sociais, que querendo ou não, uma hora atinge a todos, não tem como fugir. Não existem palavras que possam descrevê-lo, só quem ama ou já amou sabe o que é e quais os sentimentos que o envolvem, como o ciúme, o medo e a felicidade.
O amor muda as pessoas, faz com que suas vidas passem a ter um sentido a mais, torne-se especial, sendo capazes de enfrentar qualquer problema, pois ao lado da pessoa amada tudo se torna mais fácil.O homem há tempos luta por sua liberdade e felicidade.

domingo, 9 de março de 2008

Romantismo


( fonte:google)

O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão do mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que veio consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo tornou-se mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passou a designar toda uma visão do mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.



Brasil



De acordo com o tema principal, os romances românticos no Brasil podem ser classificados como indianistas, urbanos ou regionalistas.
Romance indianista: O índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos.
Romance urbano: Os temas desenvolvidos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.
Romance regionalista: Propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de vida.



1º Geração (Nacionalista–indianista)
Voltada para a natureza, regressa ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.



2º Geração (Mal do Século)
Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultra-Romantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão. Principais autores:Alvares de Azevedo; Casimiro de Abreu; Fagundes Varela; Junqueira Freire.



3º Geração (Condoreira)
Conhecida também como Condoreira, simbolizado pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social. Apresenta linguagem declamatória e vem carregada de figuras de linguagem. Sentimento Social Liberal e Abolicionista. Apresenta como principais autores Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto.
Castro Alves: Negro, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração. Obras: Espumas Flutuantes, Navio Negreiro.



Principais romancistas românticos brasileiros
Joaquim Manuel de Macedo: romancista urbano escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro. José de Alencar: principal romancista romântico. Romances urbanos: Lucíola; A Viuvinha; Cinco Minutos; Senhora. Romances regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o Ubirajara.
Bernardo Guimarães: considerado fundador do regionalismo. Obras: A Escrava Isaura; "O Seminarista"
Franklin Távora: regionalista. Obra mais importante: O Cabeleira.
Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais importante: Inocência.
Gonçalves de Magalhães: introduziu o Romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades.
Gonçalves Dias: importante poeta romântico brasileiro. Obras: Canção do Exílio, I-Juca-Pirama
Álvares de Azevedo: fez parte da sociedade epicuréia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna.

No país, o romantismo perdurou até à década de 1880.


sábado, 8 de março de 2008

Tarsila do Amaral

Vida e Obra:


Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Suas obras revolucionaram a arte no Brasil.Vinda de uma família abastada, iniciou seus estudos em São Paulo com Pedro Alexandrino, mestre acadêmico. Em Paris, no início dos anos vinte, estudou na Academia Julian e com Emile Renard, já aparecendo como artista de vanguarda. Dessa primeira fase de sua pintura temos como exemplo "A Samaritana", 1911; "Pátio do Colégio", 1921 e "Chapéu Azul", 1922. Passou por uma fase impressionista, mas quando retornou ao Brasil em 1922, entrou em contato com o grupo modernista e começou a mudar sua pintura. Em 1923, de volta a Paris, entrou em contato com o cubismo (escola de pintura onde predominam figuras geométricas). Pintou "A Negra" e empolgou Fernand Léger, seu professor na época. Iniciou a pintura intitulada pau-brasil"" , onde a artista usou o cubismo como técnica, mas inovou colocando em suas telas temas e cores bem brasileiros. Tarsila criou o conceito de brasilidade, pois foi o "primeiro pintor" a usar as cores caipiras e a utilizar-se de temas do cotidiano do Brasil, lembrando-se muito de sua infância e adolescência vividas nas fazendas de seu pai. Dessa fase podem ser lembrados os quadros "Auto-retrato" ou "Manteau Rouge", 1923; "E.F.C.B.", 1924; "Carnaval em Madureira", 1924; "A Cuca", 1924; "Auto-Retrato", 1924; "O Pescador", 1925; "Religião Brasileira", 1927 e "Manacá", 1927.
Abaporu é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro temos como exemplo dessa fase os quadros: "Abaporu", 1928; "O Lago", 1928; "O Ovo" ou "Urutu", 1928; "A Lua",1928; "Cartão Postal", 1929 e "Antropofagia", 1929.
(Antropofagia)
(Abaporu)
Em 1933, depois de visitar a ex-URSS, pintou o quadro "Operários". Assim, mais uma vez precursora Tarsila iniciou a pintura com temas sociais no Brasil. Nessa fase pintou também "Segunda Classe". Nos anos cinqüenta a artista retomou as paisagens e as cores brasileiras que tanto a caracterizaram e voltou à pintura pau-brasil, agora intitulada neo pau-brasil. Tarsila fez duas grandes exposições em Paris nos anos vinte (1926 e 1929), com grande sucesso. Expôs no Brasil individualmente pela primeira vez em 1929. Até seu falecimento, participou de diversas exposições no Brasil e em vários lugares do mundo. Inovou sempre e contribuiu para mudar o rumo das artes do Brasil, junto com o grupo modernista brasileiro, mas mesmo dentro do grupo, sempre foi precursora, sendo assim considerada um dos artistas de maior importância na arte brasileira.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Aula 2 - Arcadismo

O Arcadismo representa na literatura, uma reação ao estilo Barroco – exageradamente rebuscado, com antíteses e frases tortuosas. Na época ele propunha uma volta aos estilos clássicos, ou seja, Greco-Latino e Renascentistas, considerados fonte de equilíbrio e simplicidade, este movimento também é denominado de Neoclassicismo.

Características do Arcadismo:


Imitação: os Árcades propunham uma volta aos modelos clássicos Renascentistas, porque neles encontravam o ideal de simplicidade e a imaginação equilibrada pela razão, o que seria o freio moderador das emoções e impelindo os excessos. Resultam disso a presença mitológica e a linguagem simples, de vocabulário simples e períodos simples.


Bucolismo: segundo os Árcades, a pureza, a beleza e a espiritualidade residem na natureza. O crescimento das cidades conduz à valorização do campo e do preceito Horaciano (poeta italiano, referência para os autores renascentistas e neoclássicos) do fugere urbem (“fugir da cidade”). Daí a preferência por temas pastoris e pelas cenas da vida campestre.
"Tranquilidade" (fonte: Google)


Inutilia Truncar: (“corta o que é inútil”) era um lema do Aracadismo, pois eles buscavam uma vida simples, bucólica, longe do burburinho urbano.

"Simplicidade" (fonte: google)

Carpe diem: apoveitar o dia, viver o momento presente com grande intensidade.

"Pôr-do-sol" (por: Fernanda Paiva)

A poesia Lírica: No Brasil, o Arcadismo gerou uma grande produção poética, da qual fazem parte uma variada produção lírica, poemas satíricos e poesia épica. A qualidade dos textos é desigual: há momentos de boa poesia ao lado de manifestações medíocres. Vamos analisar um soneto de Cláudio Manuel da Costa:

Leia a posteridade, ó pátrio Rio,

Em meus versos teu nome celebrado;

Porque vejas uma hora despertado

O sono vil do esquecimento frio:

Não Vês nas tuas margens o sombrio;

Fresco assento de um álamo copado;

Não vês ninfa cantar, pastar o gado

Na tarde clara do calmoso estio.

Turvo banhando as pálidas areias

Nas porções do riquíssimo tesouro

O vasto campo da ambição recreias.

Que de seus raios o planeta louro,

Enriquecendo o influxo em tuas veias,

Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.

Uma parte de mim é todo mundo:
outra parte é ninguém: fundo sem fundo.

Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem.
[Ferreira Gullar]
Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira)
Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, MA, 10 de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo, memorialista e ensaísta brasileiro.
Esse é um exemplo de como um olhar mais detalhado pode achar características de um movimento literário do século XVII/XVIII pode estar mais presente do que nunca.
O que muda, atualmente, são os conflitos.Talvez porque a imagem do homem em conflito (dividido e contraditório) seja marcante em todas as épocas .
Qual seria o sentido da vida se o homem já tivesse se encontrado?
Atualidade
Apresentamos Rubem Alves:um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.
Vamos analisar uma citação desse escritor contemporâneo:
"O que é que se encontra no início? O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecerá. Mas, havendo um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz um jardim são os pensamentos do jardineiro. O que faz um povo são os pensamentos daqueles que o compõem."
É essa a frase que nós do grupo achamos pra definir o arcadismo.As mentes dos artistas são povoadas de flores e é atrás delas que os poetas árcades tentam se aproximar quando exaltam a natureza.A simplicidade e os afastamento do tema de fundo das poesias é o impulso de um mergulho a um mundo idealizado: talvez seja a premonição do refúgio que hoje buscamos.
Que todos assumam o posto de jardineiros dos pensamentos e cultivemos um jardim de flores premiadas.
Pra terminar:

"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente."
Rubem Alves

Aula 1- Barroco




O Barroco é um movimento literário datado do século XVII, que apresenta várias características:
- Conflito religioso e filosófico;
- Teocentrismo X Antropocentrismo;
- Pessimismo - expressando sofrimento e tristeza;
- Conflito de idéias, apresentando choque de concepções
- Oposições entre: Bem/Mal, Céu /Inferno, Alma /Corpo, Salvação/pecado, espírito/ matéria, purga/ sensualidade.
- Preocupação com o transitório, com o efêmero.
- Rebusca mento da linguagem = Elitização
- Uso exagerado de figuras de linguagem
- Hipérboles (exagero), Metáfora (comparação), Antítese (oposição de idéias), Paradoxo (choque de idéias opostas).
- Tentativa de conciliação entre o racional e o religioso
- Cultismo - jogo de idéias
- Conceptismo - jogo de palavras

Um autor característico desse movimento é Fernando Pessoa, veja um trecho de uma de suas obras:

NÃO QUERO ROSAS


Não quero rosas, desde que haja rosas;
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?



Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.



Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...


Como você pode ver caro bloggueiro, o uso de expressões complexas é uma das preferências de Pessoa em seu poemas!

Fazendo uma ponte com a atualidade, que é o objetivo deste blog, encontramos um ilustríssimo músico, que em uma de suas canções faz o uso desse movimento. Chico Buarque de Holanda em Outros Sonhos. Veja algumas fotos de um vídeo que nós fizemos, ele se encontra no youtube (acesse o link) http:///www.youtube.com/watch?v=LIs9anDRns0




" Sonhei que a neve fervia"













"Sonhei que o fogo gelou"
Com a Análise destas imagens, você percebe e entende melhor as características do barroco!
Perceba que estas estão permeadas de contradições.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Primeiras Sensações

O Novo
O novo incomoda.
Por quê?
Porque desafia.
Mas, queiram ou não, o novo sempre vem.
E, para nossa felicidade,
O novo geralmente vence.
E, quando o novo vence,
A máquina do mundo gira melhor.
Novos projetos deixam ass tristezas
Numa agenda que não se abre mais.
Novas crianças surgem para nos dar as mãos.
Novos passos exigem de nós coragem.
O novo é belo porque nos muda,
nos leva a novas estações.
O Novo torna as pessoas melhores
Porque nos torna novas pessoas.
O novo é lindo.
Assim como os sonhos,
O novo não envelhece.
(informe publicitário)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

BOAS VINDAS!


Olá pessoal. Bom o nosso blog está criado, em breve postaremos coisas bem legais!!