segunda-feira, 16 de junho de 2008

Para concluir A Cidade e as Serras


"As quatro condições elementares para a felicidade são: vida ao ar livre, amor de mulher, ausência de qualquer ambição e a criação de um novo e belo ideal." Edgar Allan Poe

domingo, 15 de junho de 2008

A Cidade e as Serras

O romance A Cidade e as Serras, publicado em1901, é desenvolvimento do conto “Civilização”, deEça de Queirós. Uma personagem, José (“Zé”) Fernandes, relata a história do protagonista Jacinto de Tormes. Na composição são destacados os episódios diretamente relacionados com a personagem principal, ficando os fatos da história de Zé Fernandes apenas como elos de ligação da história vivida por Jacinto. Desde o início, o narrador apresenta um ponto de vista firme, depreciando a civilização da cidade.
Na primeira parte da narrativa, Zé Fernandes justifica sua aproximação de Jacinto (o “Príncipe da Grã-Ventura”), ligando-se a ele por amizade fraternal em Paris.Jacinto nascera e sempre morara em um palácio, nos Campos Esílios, número 202.A mudança de sua família de Tormes, Portugal, para Paris deveu-se a seu avô Jacinto Galião. Seu neto, ao contrário do pai, que morrera tuberculoso, foi sempre fisicamente forte e, além de rico, era inteligente, voltando toda sua atividade para o conhecimento. Mas detestava o campo e amontoara em seu palácio, em livros, toda a conquista das filosofias e ciências, além dos aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época. E, para Jacinto, “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”.
Zé Fernandes era decididamente contrário a essa orientação tecnicista e mecanizada e vai registrando como Jacinto rompe totalmente com seu passado campesino, deteriorando-se na cidade. A regeneração só ocorrerá com uma atitude assumida por Jacinto, já na segunda parte da narrativa – nas serras.
Um dia Jacinto, enfastiado da vida urbana, participa a Zé Fernandes sua partida para Portugal, a pretexto de reconstruir sua casa em Tormes, deslocando para lá os confortos do palácio. Entretanto, o criado Grilo perde-se com as bagagens, que, por engano, foram remetidas para Alba de Tormes, Espanha. Assim o supercivilizado Jacinto chega a Tormes apenas com a roupa do corpo.
Em contacto estreito com a natureza, Jacinto renova-se, primeiro liricamente, numa atitude de encantamento, integrando-se depois na vida produtiva do campo, quando aplica seus conhecimentos técnicos científicos à situação concreta de Tormes.
Sem romper totalmente com os valores da “civilização”, Jacinto adapta o que pode ao campo. Modernizam-se dessa forma as serras, algumas reformas sociais são introduzidas e a produtividade aumenta. Ao príncipe da Grã-Ventura, só faltava um lar, o que ocorre em seguida, por meio de seu casamento com a prima de Zé Fernandes, Joaninha. Assim completamente feliz, no quotidiano das serras, Jacinto não mais volta a Paris, e esquece as companhias parisienses, como do grã-duque Casimiro, a condessa de Tréves, o conde de Tréves, o banqueiro judeu Efraim, madame Oriol e outros.



Memórias de um Sargento de Milícias

Livro escrito por Manuel Antônio de Almeida em 1852. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para época, onde os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre, contribuiu para que Manuel Antônio de Almeida desenvolvesse a sua obra.
O romance tem início no começo do século XIX. Em uma viagem de navio, Leonardo Pataca conhece Maria das Hortaliças. Em meio à "piscadelas" e "beliscões", os dois se apaixonam e, chegando ao Brasil, se casam. Desse relacionamento nasce um filho: Leonardo. Porém, anos depois, Leonardo descobre que Maria o estava traindo. Eles brigam e Maria foge de casa com o capitão de um navio. Com a separação, Leonardo sai de casa e leva seu filho para ser criado pelo padrinho. O padrinho de Leonardo era um barbeiro, que queria que Leonardo fosse padre, mas o menino não tinha a menor vocação, ao contrário, ele era muito travesso.
O tempo se passa, e Leonardo se torna um típico malandro carioca: não possuía emprego, ficava vadiando. Porém, a sua vida muda quando conhece Luizinha, sobrinha de D. Maria, uma amiga do padrinho. Ele se apaixona por Luizinha, porém tem um rival, José Manuel, que está interessado na herança da moça. Com a ajuda de sua madrinha, uma parteira, eles afastam o José Manuel de Luizinha. Porém, o padrinho de Leonardo morre, e ele tem que voltar a viver com o pai. Acaba não se dando bem com sua nova madrasta e, após uma discussão, acaba fugindo de casa.
Leonardo vai viver com um amigo, em uma casa bastante agitada e com muita gente. Acaba se apaixonando por Vidinha, e o amor é recíproco. Porém esse namoro não agrada aos dois primos de Vidinha, que têm intenções de se casar com ela. Para tirar Leonardo do caminho, eles vão até Vidigal, o chefe de polícia, e acusam Leonardo de vadiagem. Vidigal prende Leonardo quando ele, Vidinha, e seus dois primos saem para curtir a noite. Mas no caminho até a delegacia, ele consegue fugir.
Mais tarde, Leonardo arruma um emprego na Ucharia Real, pois assim, Vidigal não poderia prendê-lo. Porém ele se envolve com a mulher do "toma-largura" e, com isso, ele é demitido e preso. Enquanto isso, José Manuel e Luizinha se casam, porém, ele a trata muito mal. Vidinha, com ciúmes de Leonardo, vai tomar satisfações com a mulher do "toma-largura". Mas, o que acaba acontecendo, é que o "toma-largura" se interessa por Vidinha.
Enquanto isso, por saber muito sobre a vida marginal, Leonardo vira policial. Porém, Leonardo, pelo seu gosto por travessuras e muitas vezes pelo seu bom coração, acaba protegendo e ajudando os bandidos. Vidigal o pune com chibatadas e o prende. A comadre em desespero, tenta de todas as formas conseguir a libertação de Leonardo, mas tudo em vão, até ela conhecer Maria-Regalada, velho amor de Vidigal. Juntas não só conseguem a libertação de Leonardo, como sua promoção a sargento. E isso tudo vem em boa hora, já que com a morte de José Manuel, Luizinha agora viúva, se casa com Leonardo. E tudo termina com um final feliz.