domingo, 18 de maio de 2008

Para Refletir!

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe"
(Oscar Wilde)

Simbolismo

Tem-se a valorização do ritmo, das sensações, das sugestões, do indefinível. Enquanto o Parnasianismo compara o poema a um ourives, o Simbolismo o aproxima de um músico, que, em vez de sons, trabalhasse com palavras que tem o poder de evocar sentimentos e emoções, não o sentimentalismo choroso e superficial dos romanticos mas os profundos anseios e angústias que atormentam o espírito sensível do poeta.

ASPECTOS CENTRAIS:
- A sugestão predomina sobre a descrição;
- Misticismo;
- Inovação no Emprego de Maiúsculas;
- Musicalidade;
- Hermetismo (poesia complexa)
- Símbolos cósmicos e religiosos;
- Fusão de sensações;
- Atração pela morte e por elementos decadentes da condição humana.

Principais Autores: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos.
Augusto dos Anjos, considerado como um caso à parte da literatura brasileira, não se encaixando em praticamente nenhuma escola literária, pois mistura características simbolistas, parnasianas, naturalistas, realistas e antecipações modernistas. Vejamos:

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)

Caro bloggeiro, que impressões esse soneto causou em você?

Parnasianismo

Valorizando o cuidado formal e a expressão mais contida dos sentimentos, teve origem no Brasil, no final do século XIX, o PARNASIANISMO

ASPECTOS CENTRAIS:
- Objetividade, impessoalidade;
- Apego à tradição clássica;
- Arte pela Arte;
- Busca da perfeição Formal;
- Aproximação entre a arte literária e as artes plásticas;
- Vocabulário culto.

No Brasil muitos poemas parnasianos expressam um certo sentimentalismo .

OLAVO BILAC: foi o maior nome do Parnasianismo brasileiro, veja abaixo um poema de sua autoria:

Remorso

Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.


Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!


Sinto o que esperdicei na juventude;
Choro neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude.


Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
(Olavo Bilac)


"Não faça de sua vida um simples rascunho, pode não dar tempo de passar tudo a limpo!"

sábado, 10 de maio de 2008

Desafio II

Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
- Há tempo de nascer e tempo de morrer;
- tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
- tempo de matar e tempo de curar;
- tempo de derribar e tempo de edificar;
- tempo de chorar e tempo de rir;
- tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
- tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras;
- tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
- tempo de buscar e tempo de perder;
- tempo de guardar e tempo de deitar fora;
- tempo de rasgar e tempo de coser;
- tempo de estar calado e tempo de falar;
- tempo de amar e tempo de aborrecer;
- tempo de guerra e tempo de paz.
Este texto foi extraído da Bíblia Sagrada Livro de Eclesiastes 3:1-8

Diante de todos os acontecimentosda nova vida as nossas perguntas aos leitores deste blog são:
O que é o tempo?
Existe alguma coisa para a qual não existe tempo determinado?

Você pode responder uma das duas...ou simplesmente não ter resposta pra nenhuma delas.

Uma nova estrela no céu.

Aqui prestamos uma homenagem a uma amiga muito querida:
Sobre a morte e o morrer
"Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade." Rubem Alves

Babi,o que nós desejamos que o tempo traga muitas de suas gargalhadas...que sua força esteja maior e seu brilho mais intenso com a ajuda do seu mais novo anjo!

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundos, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata."
(Carlos Drummond de Andrade)

O cortiço da vida real


Naturalismo

Século XIX. Nessa época surgiram novas concepções a respeito do homem e da vida em sociedade e os estudos da Biologia, Psicologia e Sociologia estavam em alta.
Os naturalistas começaram a analisar o comportamento humano e social, apontando saídas e soluções.
O naturalismo é uma ramificação do Realismo e uma das suas principais características é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva. Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização).Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja, o homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas, hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.
PRINCIPAL AUTOR
Aluísio Azevedo
Uma das obras que retratam muito bem esse movimento é O Cortiço
"Posto que lá na Rua do Hospício os seus negócios não corressem mal, custava-lhe a sofrer a escandalosa fortuna do vendeiro “aquele tipo! um miserável, um sujo, que não pusera nunca um paletó, e que vivia de cama e mesa com uma negra!”
À noite e aos domingos ainda mais recrudescia o seu azedume, quando ele, recolhendo-se fatigado do serviço, deixava-se ficar estendido numa preguiçosa, junto à mesa da sala de jantar, e ouvia, a contragosto, o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados. Não podia chegar à janela sem receber no rosto aquele bafo, quente e sensual, que o embebedava com o seu fartum de bestas no coito.
E depois, fechado no quarto de dormir, indiferente e habituado às torpezas carnais da mulher, isento já dos primitivos sobressaltos que lhe faziam, a ele, ferver o sangue e perder a tramontana, era ainda a prosperidade do vizinho o que lhe obsedava o espírito, enegrecendo-lhe a alma com um feio ressentimento de despeito. "

domingo, 4 de maio de 2008

Bons Amigos

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!
(Machado de Assis)





Essa é uma homenagem que fazemos a turma da nossa classe. Após vários anos de convívio diário, aprendemos a lidar com as diferenças e a respeitá-las. Tornamo-nos uma família, pois afinal de contas, passamos mais tempo juntos do que com nossos pais e familiares.
Apesar das dicussões, dos questionamentos, o que mais marcou e que continuará marcado em nossas mentes são os momentos bons, de companheirismo, e principalmente os de descontração, brincadeira.
A separação será difícil, mas ela se faz necessária para o nosso crescimento. Entretanto, ainda temos tempo, e devemos aproveitá-lo ao máximo possível. Sentiremos saudades!

sábado, 3 de maio de 2008

O Conde de Monte Cristo

Após ser traído por seu melhor amigo e encarcerado por 13 anos, um homem decide levar adiante seu processo de vingança, fugindo da prisão e retornando à aristocracia como um misterioso conde. Assombrado pelo curso que tomou sua vida, com o passar do tempo ele abandona tudo que sempre acreditou sobre o que é certo e errado, e se consume por pensamentos de vingança contra aqueles que o traíram. Com uma astúcia cruel, ele se envolve com a nobreza francesa e sistematicamente destrói os homens que o manipularam e o aprisionaram.
Esse é mais um lindo filme de história de amor e aventura. O que o torna tão semelhante as obras de Machado de Assis é o fato de abordar tanto o romantismo como o realismo.O romantismo é percebido pelo sofrimento da perda, da ausência da pessoa amada, enquanto que o realismo no desejo de vingança e na ambição.Outro fato é a questão da suposta traição. Tudo não passa de um jogo de interesses e farsas.
O filme não deixa de ser uma crítica a estrutura vigente naquela época, em que o ter era mais importante que o ser, infelizmente, presente ainda nos dias atuais.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, (Rio de Janeiro, 21 de julho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) escritor brasileiro, foi considerado como um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor negro de todos os tempos.
De sua vasta obra, que inclui ainda poesias,peças de teatro e crítica literária, destacam-se o romance e o conto . É considerado um dos criadores da crônica no país, além de ser importante tradutor. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente.
É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, enquanto que seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos -- similar talvez à de Augusto dos Anjos.

DO ROMANTISMO AO REALISMO
A obra de Machado de Assis pode ser dividida em dois momentos bem distintos: as obras da juventude, com forte influência do Romantismo e seu progressivo amadurecimento, até chegar ao Realismo de suas obras da maturidade. Entre estas, as mais destacadas e consideradas são Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Se os escritores românticos, José de Alencar à frente, conseguiram estabelecer o romance como um gênero literário de respeito no Brasil, foi Machado de Assis quem elevou a prosa brasileira ao nível das melhores escritas no mundo em sua época. Sua obra não almeja mais apenas divertir, moralizar ou afirmar valores nacionais, mas visa esmiuçar o espírito humano, refletindo sobre valores universais, sem jamais perder de vista a realidade brasileira.

Memórias Póstumas de Brás Cubas:
Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma narrativa em primeira pessoa, cujo narrador é o defunto-autor, ou seja, é um morto que narra a história com total liberdade. Essa condição do narrador permite-lhe analisar com ironia o comportamento humano e avaliar com auto-ironia suas próprias atitudes.
Livre e descompromissado com a sociedade, Brás Cubas revela e analisa não só os motivos secretos de seu próprio comportamento como também revela as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu. Ao longo da narração mostra vários episódios: sua paixão juvenil por Marcela, que amou durante quinze meses e onze contos de réis; sua amizade com o filósofo maluco Quincas Borba; os planos frustrados de seu pai em querer encaminhá-lo para a política; seus amores clandestinos com Vigília, esposa de seu amigo Lobo Neves.
A ordem da narrativa não é linear, pois se desenvolve de acordo com os pensamentos de Brás Cubas. Suas reflexões apresentam-se carregadas de pessimismo e desencanto diante da vida, questionando os valores sociais e morais como máscaras para ocultar interesses egoístas. Irônico e provocador ele convoca o leitor a fazer seus próprios julgamentos sobre os fatos narrados.
Brás Cubas expõe cinicamente os valores e comportamentos de seus familiares, de seus amigos e das mulheres com as quais se relacionou, traçando um quadro social e psicológico em linguagem bem humorada, em que a vaidade e a hipocrisia das relações humanas são uma constante. Julga a si próprio como um perdedor, como alguém incapaz de grandes realizações, como emplasto que gostaria de ter descoberto para aliviar as dores da humanidade. O balanço final de Brás Cubas sobre a existência é de pessimismo, pois depois de uma vida que resulta em fatos negativos, em fracassos, ele afirma ter tido um pequeno saldo; que foi o de não possuir filhos e não ter transmitido a nenhuma criatura o legado da miséria.
Uma das mais populares obras do autor, o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado originalmente como um folhetim , em 1880, em capítulos, como na Revista Brasileira. Em 1881, saiu em livro causando espanto à crítica da época, que se perguntava se o livro tratava-se de fato de um romance: a obra era extremamente ousada do ponto de vista formal, surpreendendo o público até então acostumado à tradicional fórmula romântica.
Baseando-se nessa obra, três versões cinematográficas já foram realizadas.




"O homem veste a máscara para tirar a máscara."



Dom Casmurro:
Bento Santiago, um advogado de meia idade, vive sozinho numa boa casa, em bairro distante do centro do Rio de Janeiro onde é conhecido como Dom Casmurro. Para preencher a vida pacata de viúvo sem filhos, Dom Casmurro resolve contar suas lembranças, isto é, atar as duas pontas da vida, a adolescência e a maturidade. Adolescente, Bentinho descobre-se apaixonado pela menina da casa ao lado, a Capitu. Inteligente, com idéias atrevidas, Capitu convence Bentinho a não concordar com o projeto de sua mãe, Dona Glória, senhora viúva e rica, que queria fazê-lo padre. Bentinho tanto se encanta pela firmeza de Capitu quanto fica fascinado por seus cabelos, pelos olhos de ressaca e começa a conhecer as regras do amar.
A vida toma o rumo que desejam os apaixonados: depois do seminário, do curso de Direito em São Paulo, casam-se. A vida corre feliz até o dia em que brota o ciúme, de tudo e de todos. A história de amor transforma-se numa história de suspeita de traição. O ciúme faz de Bento Santiago um homem cruel e perverso. Mordido pela dúvida de que o pequeno Ezequiel não seja seu filho, mas de seu amigo Escobar, com que aparenta visível semelhança, impõe a separação à Capitu. Para todos os efeitos, o bacharel rico enviava o filho, acompanhado da mãe para estudar na Suíça. Nunca mais Bentinho encontrou Capitu, que morre na Europa. Só revê o filho uma vez, antes de o rapaz morrer de tifo, numa viagem científica a Jerusalém.
É um romance psicólogo, narrado em primeira pessoa por Bentinho, o que permite manter questões sem elucidação até o final, já que a história conta apenas com a perspectiva subjetiva de Bentinho.



"Por mais que tente, nunca terá a certeza do que de fato aconteceu."


Análise da propaganda

No anúncio publicitário abaixo um trecho de uma obra de Shakespeare é recuperado e a ele é introduzido características do período literário realismo.
Observa-se que o herói romântico Romeu é trocado por uma pessoa comum ao cotidiano : o "eu".A linguagem sofisticado do Romantismo é deixada de lado e entram em cena as palavras de uso popular, a linguagem direta e objetiva.
A crítica a temas sociais ficam por conta do contexto em que o leitor desse blog analisa essa propaganda.

Análise da propaganda